Das verdades e mentiras que se quer contar IV – 2020

Nossa geração está passando por um momento único, em que nos afastar tornou-se a única solução para frear uma pandemia global, cada um, a sua maneira, acasulou-se para passar esse momento de metamorfose mundial.
Sem abraços, sem o toque, sem a reunião, sem festividades e tudo aquilo que nos fazia sentir humanos em nossas relações cotidianas, obrigou-nos a migrar para tudo o que, mesmo a distância, conectasse-nos ao mundo real. Começamos a degustar outras ciências e áreas inexploradas por nossos sentidos acanhados: culinária, jardinagem, artesanato, ginástica, leitura e, principalmente,  a escrita.
De todos esses novos dons que descobrimos, saliento que a válvula de escape primordial foi a escrita, por meio da libertação de todos os sentimentos guardados no interior de cada um e passados para o “papel”, sendo esse representado por notebooks e smartphones.
Nesse contexto enigmático, surge o quarto volume do livro “Das Verdades e Mentiras Que Se Quer Contar”, que foi projetado em um momento de introspecção mais profunda de cada aluno do “Colégio Maria Imaculada”. A tutora, Professora Katia Zilio, coordenou a distância zelosamente cada conto escrito por seus pupilos, resultando em um magnífico trabalho.
O livro que lhes apresento traz devaneios da alma, inverdades, desventuras, paixão, amor, medo, drama, ficção, assassinato… Ele se passa em todas as estações e em todos os cantos do mundo, ele muda de dimensão, de século, contém o cheiro das flores, o tique-taque do relógio, e, o mais importante, ele contém um pouco de cada autor em sua particularidade e sentimento.
Isso tudo mostra que a escrita e a leitura podem nos transportar para todos os lugares, fomentar  nossa criatividade, imaginação, criar tensão e nos transmitir anseios e desejos, através delas podemos construir reinos e destruí-los porque somos criadores em nossas próprias histórias, existe sempre um lado positivo em tudo que passamos e uma lição sempre fica: Agora, resta-nos sair de nossos casulos numa metamorfose jamais vista.
Marcelo Petris, poeta.

Continue lendo